Casa
Boa Vista
Studio Arthur Casas
Na Fazenda Boa Vista, entre o sussurro das árvores e o horizonte que repousa, nasceu uma casa que não apenas abriga, mas acolhe. A Casa Boa Vista não foi projetada — foi sonhada. Como um poema edificado, cada linha traçada por Arthur Casas e seu ateliê é uma estrofe que reverencia a natureza, a luz e o silêncio.
Esta casa é mais do que arquitetura — é um respiro entre a pressa do mundo e a calmaria do campo. Ela se estende como um abraço sobre o terreno, respeitando seus recuos com uma leveza quase coreografada. Os volumes inclinados, os ângulos soltos do comum, parecem dialogar com o céu e moldar o vento. A paisagem, ao redor, não é cenário: é personagem principal.
Aqui, a beleza é função. A piscina, por exemplo, não apenas refresca — ela hipnotiza. Seu fundo de vidro revela-se como um portal entre a leveza da água e a densidade do solo, onde o bem-estar pulsa como um coração sereno. Os cobogós Ipsilon, desenhados com o toque autoral de Casas, filtram a luz e a vida com a delicadeza de rendas contemporâneas.
A madeira, pré-fabricada, é quase música: ela canta aos olhos e aos pés, enquanto amplia os vãos, convida a brisa e aquece as almas. A pedra Moledo, aplicada à mão, carrega o peso da história, enquanto o pinus carbonizado empresta à casa sua pele escurecida e elegante, como se tivesse atravessado o tempo para existir aqui, agora.
Nada aqui é óbvio. Cada escolha — do porcelanato ao couro, do linho à madeira natural — é um gesto de amor ao conforto, ao tato, à verdade dos materiais. O mobiliário conta histórias: das mãos de Sergio Rodrigues, Ricardo Fasanello, Geraldo de Barros e outros mestres, brotam peças que não se impõem, mas sussurram presença.
A Casa Boa Vista é refúgio para quem entende que luxo é ter tempo. É abrigo para os que sabem que arquitetura pode emocionar. Não há pressa entre seus cômodos, nem ruído em suas sombras. Há apenas a eterna dança entre o dentro e o fora, entre o feito pelo homem e o que já era belo antes de qualquer intervenção.
Essa casa não se visita. Se sente.
E quem a vive, nunca mais vive igual.
Arthur Casas
Projeto
Arquiteto
Localização
Casa Boa Visa, 2022
Studio Arthur Casas
Fazenda Boa Vista